segunda-feira, 26 de maio de 2008

Valeu Guga!


Ontém, pela última vez, eu parei na frente da tv para ver um jogo do Guga. Como já fiz várias vezes na minha vida. Lembro de uma vez, quando minha mãe precisou ser operada, em 2001, que ela passou o domingo no hospital e, naquele dia, era a final de Roland Garros. Faltou luz em casa, pois o pessoal estava trabalhando nos postes de luz. Uma tia minha foi até o cara do poste e pediu se ia demorar muito, porque ela queria ver o jogo do Guga. Eu aproveitei a desculpa de fazer uma visita para a minha mãe e vi o jogo no hospital mesmo.

Quando o Guga surgiu, ele veio preencher uma lacuna que havia desde a morte do Senna, a do "Herói das Manhãs de Domingo".
Na minha opinião, o Guga foi além do que o Senna.

O Guga surgiu praticamente do nada. Todos os méritos das conquistas dele não vem de alguém que realmente tenha apostado nele e dito: "Esse cara vai longe". Não, foi por muita insistência dele, da família e do treinador dele. Ele não teve apoio nenhum de federação e foi com a cara e com a coragem.

Quando o pessoal que mandava no tênis começou a se aproveitar (financeiramente) do fenomeno Guga, ele se rebelou, fez o protesto dele, pois nada estava sendo feito para promover o esporte.

A pior decisão da vida de um esportista é parar. Na minha opinião, já havia passado a hora do Guga parar. Ele tentou, mas viu que não conseguia ir além. Ele podia ter largado sem que ninguém percebesse. Mais ou menos como fez Pete Sampras, que anunciou que ia se aposentar 1 ano depois de ter jogado o seu último jogo. Guga não, ele quis fazer o seu tour de despedida. Ele não conseguia jogar, ele sabia que não conseguia jogar, a torcida sabia, seus adversários sabiam, mas, mesmo assim, ele não desistiu. Ele poderia ter se exposto ao ridículo, tendo resultados pífios contra tenistas sem expressão, mas no final, ele provou que ele podia.

No último jogo dele, em vários momentos ele provou que, se não dependesse do físico dele, ele poderia. Fez alguns lances geniais. Aproveitou cada minuto da partida. Todo mundo sabia que ele ia perder. Ele talvez não admita, mas acho que nem ele acreditava na vitória dele ontém.

O que vale a pena lembrar do Guga é todo esse caminho que ele trilhou, desde que ele era ninguém, até o dia em que foi coroado como o melhor do mundo. Que ele lutou enquanto pode. E, principalmente, que ele sempre procurou fazer o bem para as pessoas. Hoje, na frente da casa dele, em Florianópolis, ele comprou uma grande área e construiu a sede a Apae de Florianópolis.

Aliás, Guga é uma das poucas pessoas públicas de que não se tem notícias de intrigas, de mentiras, de coisas ruins. Tudo o que se fala dele são coisas boas. É uma pessoa boa.
Sinto pena que o nosso tenis não aproveitou o "Fenomeno Guga", para lançar projetos sociais visando levar crianças para um caminho melhor.

Querem a maior prova de que o Guga veio e influenciou muita gente? Eu tenho uma raquete de tênis e volta e meio penso em voltar a jogar.

Guga. Te deixo um muito obrigado pelos momentos de alegria. Um parabéns por tudo o que conquistou e uma boa sorte para o seu futor.

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