segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Uma Pérola

Nada a comentar, apenas, assitam o vídeo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

180 e Tantos Dias

Dia 24/07/2007 foi um dia típico de inverno aqui em Caxias.

Tava frio. Não aqueles de congelar, mas tinha que usar um casaquinho. O tempo tava fechado. Chegou a chover um pouco de noite.


Eu lembro de tudo o que eu fiz naquele dia. As minhas férias já tinham entrado na reta final. Acordei relativamente cedo. Tomei café, arrumei a casa, lavei a louça. O que sempre eu fazia. Na tv, o Pan do Rio tomava a programação e o povo seguia sendo enganado de que tudo no pais tava certo. Afinal, nós estávamos ganhando em algum esporte medonho da oitava esquadra reserva americana. De tarde, eu sai com a minha irmã. Fomos atrás de algumas coisas que precisávamos comprar. Recusei um convite pra um aniversário de uma colega minha de trabalho na empresa. Fui na feira que tem perto de casa. Comprei laranjas. De noite, fui jogar futebol. Foi ai que a coisa tomou outro rumo.


Pois é.. hoje completa 6 meses que eu rompi o tendão de aquiles e que a minha vida praticamente virou de ponta cabeça. E acho que só 6 meses depois eu consigo parar e refletir realmente sobre tudo o que eu passei.


Romper o tendão de aquiles deu uma bela fodida na minha vida. Tudo o que eu tinha em mente eu não pude fazer. Tinha planos que eu tive que cancelar, propostas que eu tive que negar.

Hoje, a minha faculdade vai levar um ano mais do que eu esperava. Planejava me formar no fim de 2008. Como eu tive que lutar para conseguir fazer só 2 cadeiras no segundo semestre de 2007, essa idéia ficou inviável. Ia me formar junto com a maioria dos meus amigos. Agora, ano que vem, quando eu estiver na sala de aulas eles vão tocar a vida deles.


Me distanciei dos meus amigos. Também por culpa deles. Parei de ter qualquer contato com eles. O único que me visitava era o Teco (graaande Teco). Talvez, o fato de ele namorar a minha irmã tenha contribuído. Quero acreditar que não, mas acho difícil.

O pior de tudo ainda foi a questão psicológica. Eu sou um cara independente. Um tanto quanto agitado. Sempre fui pra cima e pra baixo quando e como eu queria. De uma hora pra outra, fui privado dessa liberdade e fiquei submetido à disponibilidade de outras pessoas. Eu não podia pegar um copo de água. Tinha que pedir para os outros pegarem. A dependência que eu tinha das outras pessoas chegou num nível absurdo, a tal ponto de eu precisar de ajuda pra coisas banais e triviais, como, levantar da cama ou ir no banheiro. Fiquei sujeito a algumas situações no minimo embaraçosas. Não vou falar sobre a questão física da história porque acho que nem precisa.

Eu acredito que nem tudo na vida só tem um lado ruim. Com essa história toda, eu pude ter uma aproximação com a minha família. Comecei a me relacionar muito melhor com a minha irmã e criei uma verdadeira relação de amizade com ela. Curti muito tempo com o meu cachorro. Tive tempo pra pensar muito sobre a minha vida, refletir sobre tudo, tomei várias decisões que eu precisava tomar. Dediquei mais tempo à esse blog!

Quando eu fiquei sabendo que eu ia precisar operar pra reconstruir o tendão eu pesquisei na Internet sobre tudo e tinha uma vaga idéia sobre o que eu ia passar, li muitos relatos de pessoas sobre as suas recuperações. Como eu sei que tem gente que vai chegar nesse post através do google (não te preocupa, eu não sou mágio, o sitemeter entrega vocês), eu vou dar alguns conselhos pra quem vai passar pelo mesmo que eu passei:
  • Não se desespere. Não é o fim do mundo.
  • Procure apoio nas pessoas que te cercam. Seja sincero com elas, seja mais humilde e não tenha vergonha da tua situação, elas vão compreender.
  • Aproveite o tempo que tu vai ter livre da melhor maneira possível. Não fique pensando no quanto está ruim a tua vida, o quanto tu tá sofrendo. Curta a sua família, seus filhos, seus animais, seus amigos, suas coisas.
  • Converse com o seu médico. Explique pra ele teus medos, tuas aflições, teus sentimentos. Querendo ou não, tu vai ter que aturar esse cara por um bom tempo (hehehe).
  • Use cada situação adversa pela qual tu vai passar como uma lição de vida. Pelo menos, tire graça da situação.
  • O mais importante de tudo: viva o hoje. Não pense no amanhã, nem no depois de amanhã, nem daqui há 6 meses. 6 meses demoram pra passar, porém, quando tu ve, passou voando.

Hoje, 6 meses depois, eu consigo caminhar bem. Não cheguei ainda naquele limite em que não consigo seguir por causa da dor. Hoje mesmo, fiz meia hora de caminhada desde a minha casa até chegar ao trabalho. Não tentei correr ainda, mas acredito que seja o próximo passo. Levo uma vida relativamente normal. Claro, depois de 4 horas de pé sinto dor, muita dor, mas também não posso exagerar. Onde o médico fez a junção do tendão ainda está inchado. Isso é ruim, porque eu não consigo usar determinados tipos de sapatos, porém, pra inveja dos meus colegas, trabalho de chinelo. Ainda não consigo jogar futebol, mas não esquento a cabeça por causa disso.

No mais, to quase pronto pra outra. Tudo passa. E, como diria um amigo meu, segue o baile.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Cada Um Que Me Aparece...


A pinta ai do lado se chama Cláudio Roberto Insaurriaga, é vereador de Pelotas, aqui no interior do RS pelo PV e atende pela alcunha de Cururu.
Pois bem. O senhor Cururu resolveu fazer um exorcismo pra neutralizar um vodu que foi encontrado na semana passada na camara de vereadores pelotense.
Não podia deixar de postar esse fato.
Um link pra notícia está aqui.

Felizes os Felizes

Para evitar o total e completo abandono deste espaço, posto este texto maravilhoso, que sintetiza a infância de vários, incluindo a minha.

Felizes os Felizes

Tem certos dias, quando passo no subúrbio, que vejo a gurizada jogando bola no barro vermelho. Estou eu lá dentro do ônibus, voltando esgualepado e com toda a mortalidade do mundo nas costas, e uns oito ou dez malandros estão correndo atrás de uma bola, já quase escuro. E tudo que eu mais queria era descer do ônibus e me infiltrar no meio do jogo, fingindo que não me envergonhava dos muitos centímetros e quinze anos a mais que meus companheiros de time e adversários.

Nada no mundo algum dia vai poder se comparar aos meses do ano abençoados pelo horário de verão quando se tinha entre dez e quinze anos de idade. Já nos parecia um absurdo estudar pela manhã e termos apenas cerca de cinco horas para ficar correndo em um campinho improvisado, com sol, vento ou chuva. Nas férias, não havia nada que pudesse a impedir a correria desenfreada durante todo o dia. E sem nenhum Paulo Paixão para supervisionar, sem desfibrilador na beira do campo. Os times mudavam, equipes de fora entravam, alguma palhaçada servia de intervalo. O sol desaparecia e continuávamos voando atrás da mancha branca que pulava pelo terreno irregular. Até que aparecia uma mãe para nos lembrar que o paraíso não existe, que aquele prazer tinha que ter um fim. Saíamos cabisbaixos, cansados e satisfeitos. E, mesmo fingindo que não, tínhamos consciência de que nem acabando no time profissional do clube de coração conseguiríamos sentir a mesma coisa. Aquilo teria de acabar, porque divertir-se demais e tanto e de forma tão perfeita não é uma coisa justa num mundo fodido como este.

Copiado descaradamente e sem nenhum pudor daqui.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Meus Caros Vizinhos

Caros Vizinhos.

Temos uma convivência pacífica. Talvez o fato de eu simplesmente ignorar vocês facilite a paz. Entretanto, acho que vocês merecem um puxão de orelha.

Vocês, diariamente, levam os seus dejetos até a lixeira. Ótimo. Acho que vocês não conseguiriam conviver com o cheiro do lixo de vocês. Quando vocês chegam na lixeira, porquê vocês não botam o pézinho de vocês naquela barra de ferro para abrir o contêiner e colocar o lixinho de vocês lá dentro ao invés de simplesmente largar na frente da lixeira? Sério mesmo, ia ser bem melhor pra todo mundo e eu acho que o pessoal que mora na frente da lixeira ia ficar muito feliz com vocês.

Vocês fazem isso na casa de vocês? Comem uma banana e deixam a casca do lado do lixo? Vão no banheiro e jogam o papel higiênico no chão? Não, né?!?!

A seguinte cena pode ser observada todos os dias nas esquinas das ruas Antônio Pisani e Augusto Pestana, bem em frente do colégio Pena de Moraes, no bairo São Pelegrino, em Caxias do Sul. Enviei um email com estas fotos pro jornal Pioneiro, mas eu acho meio difícil eles publicarem, então, acho por bem postar aqui.



terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Quer Comprar Uma Casa na Praia?

Essa é a casa que pertencia ao colombiano Juan Carlos Abadia, preso em 2007 pela PF no Brasil acusado, dentre outras coisas, de tráfico de drogas. A casa fica em Jurere Internacional e está sendo vendida em um leilão na internet. Se quiser, corre, porque o leilão tá aberto só até amanhã!!!

http://www.lej.org.br/home/auction/offerDetail.htm?auction_id=1654&offer_id=166998&sub_category_id=3239

domingo, 6 de janeiro de 2008

Aaahhhh. A Burocracia - A Parte Final

Como prometido, fui atrás do resto do meu auxílio-doença.

Dessa vez, procurei uma outra agência da CEF. Optei por uma teoricamente mais tranquila.
Depois de esvaziar a mochila inteira pra provar que eu não carregava nenhuma arma (será que eles sabiam??), peguei a senha número 85, que marcava como horário de entrada 12:52. A estagiária ainda me disse o valor que eu teria que receber e pediu se eu realmente gostaria de receber este valor.

Fui até as cadeiras para esperar o atendimento. Só 2 caixas atendendo. Vários idosos e gestantes. Uma cena me surpeendeu. Uma mulher, com o seu filho recém nascido, chegou para ser atendida. Claro, ela pegou uma das senhas preferênciais. Ela nem sentou e já foi chamada a senha dela. Só que, um senhor, muito esperto, na hora, levantou e foi correndo até o caixa. E a mulher, ali de pé, com o filho nos braços, olhando pra cena. E o cara ali sendo atendido, e a mulher de pé olhando pra ele e ele nem ai pro que a mulher pensava. Uns 5 minutos depois, quando o outro caixa ficou vazio, ela foi no caixa e contou o acontecido. O caixa balançou a cabeça.

Pois bem.. passados 25 minutos a senha 85 é chamada. Levantei correndo (vai que alguém queira tomar o meu lugar). Entreguei o meu cartão e solicitei que eu gostaria de sacar todo o valor restante do meu auxílio. O caixa fez a mesma expressão que a estagiária que me atendeu enquanto confirmava o valor que eu iria receber. Depois de todos os tramites, recebi o meu dinheiro.

A lei municipal indica que os bancos tem que atender os clientes em 15 minutos em dias normais, 30 em dias de pagamento e dias que antecedem ou sucedem feriados. Como não era dia de pagamento e nem próximo a feriados e o tempo na agência havia extrapolado em 2/3 o tempo permitido, pedi para o caixa um papel solicitando o horário confirmando o meu atendimento. Depois de uma cara de espanto e da repetição do pedido, o caixa disse que era para mim passar com a gerente que ela providenciaria o comprovante. Haviam 6 pessoas esperando para falar com a gerente. Eram 13:22.

Depois de vários pedidos da minha irmã de "Pelo Amor de Deus, não me faz passar vergonha" e do horário do meu médico chegando, fui embora. Vergonha sinto eu de presenciar barbaridades como a do senhor que foi atendido no vez da grávida. De ver um banco que certamente possui um lucro anual muito bom dedicar somente 2 caixas pra atender o público e descumpre, sem nenhuma vergonha, uma lei. E parece não se importar. Precisamos de mais gente que tenha uma iniciativa assim, mas que vá até as últimas consequências. Ai sim, o banco vai parar de tratar o povo como se estivesse fazendo um favor.

Ah.. recebi R$ 2,67.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Aaahhhh. A Burocracia

Preciso compartilhar com vocês o que ocorreu comigo hoje.

Nas vezes em que fui sacar o meu auxílio-doença, não recebi o valor total do benefício que foi concedido. Na primeira vez, em outubro, o caixa deixou alguns trocados para mim sacar outra vez. Na segunda vez, isso em novembro, eu não poderia sacar em uma lotérica, pois o valor do meu benefício é maior do que o limite permitido para sacar. Dirigi-me, então, à uma agência da Caixa Econômica. Como eu já havia voltado ao trabalho na época, não dispunha de todo o tempo do mundo para entrar na fila da Caixa Econômica no início de um mês e fui obrigado a ir no caixa eletrônico. Como o caixa eletrônico não fornece moedas, também ficou um valor para mim sacar em outra oportunidade. Existe um limite para saques mensais de benefícios do INSS. Você só pode sacar 1 vez por mês. Caso não tenha sacado todo o valor (como no meu caso), só no mês seguinte.

Devido ao fim do semestre na faculdade e algumas outras questões, fui sacar o residual do meu benefício ontém, em uma pacata agência lotérica. Ao ser atendido no caixa e fornecer o meu cartão a atendente me informa que valores residuais só podem ser sacados em agências da Caixa.

Tudo bem, como essa semana eu não estou almoçando em casa e tenho um tempo ocioso antes de voltar ao trabalho, após o almoço, tomei o rumo de uma agência da Caixa.

Ao entrar na agência, o retrato do terror. Agência lotada. Encaminho-me para a atendente na entrada da Caixa que, aparentemente perdida, depois de muito pensar, me indica o local onde eu deveria me encaminhar.

Chego na moça e digo que preciso sacar o meu auxílo-doença. Ela me entrega a senha número 424 e diz para mim sentar nas cadeiras e aguardar. Pergunto pra ela qual a última senha que foi chamada. Ela me informa que fora a 378.

Ri. Sabia que não seria atendido. Dirigi-me as cadeiras e sentei. Aguardei uns 15 minutos, acredito e fiquei contemplando o ambiente. Além das pessoas nas cadeiras sentadas, algumas pessoas de pé. Identifiquei que uma fila havia sido formada. Perguntei para mim mesmo o que seria aquela fila, quando um caixa grita "Próximo" e a pessoa que estava na ponta da fila se encaminha para o caixa para o atendimento.

Após algums minutos, a atendente que me forneceu a senha estava chamando todas as pessoas que tinham até a senha 380 (estranho, a última senha atendida anteriormente não fora a 378???) para participarem da tal da fila. Ou seja, as pessoas que esperavam pacientemente nas cadeiras, além de esperarem algum tempo, certamente superior ao tempo estipulado pela lei de 30 minutos, ainda teriam que esperar algum tempo de pé em uma nova fila para serem atendidos.

Fiquei uns 15 minutos esperando dentro da agência, pois, como eu tinha certeza de que não seria atendido, voltei ao trabalho. Fiquei indignado com a falta de respeito demonstrada. Poxa, por recomendação do meu médico, eu procuro caminhar o minimo possível e também me manter o menor tempo possível de pé, para evitar desgaste desnecessário. Eu ainda teria que passar algum tempo de pé na tal da filinha. Sei que o valor que eu tenho para receber é irrisório, porém, é um valor que foi concedido para mim de forma lícita e dentro do que estabelece a lei, mas, existem outras pessoas que estão ali em situação pior e mais delicada do que a minha e realmente necessitam estar ali

Amanhã, que eu tenho um tempo maior disponível por ter médico, eu vou novamente até a agência da Caixa, porém, desta vez vou fazer conforme manda a lei. Vou solicitar um papel comprovando o meu horário de chegada na agência e outro papel comprovando o horário de atendimento. Além disto, pretendo ir munido de máquina fotográfica para registrar todos os adoráveis momentos dispendidos dentro da agência bancária, para depois compartilhar com vocês.

Abraços e desejem-me sorte.